LOJA SOLAR DOS ANDRADAS Nº 4179 RITO DE YORK REALIZA SESSÃO DE CONSAGRAÇÃO E ENTREGA DE ESTANDARTE

Na noite de 27 de setembro de 2022 a ARLS  Solar dos Andradas nº 4179  do Rito de York, Oriente da Praia Grande 7ª Macrorregião, representada por seu V∴ M∴ Paulo Washington Martins da Silva, realizou a Sessão Magna de Consagração e Entrega de Estandarte. 

A Comissão de Consagração foi composta pelo Eminente Grão Mestre Estadual Ir∴ Gerson Magdaleno como Presidente, Primeiro Vigilante o Secretário Estadual de Relações Internas Poderoso Ir∴ Ruberval Ramos Castello obreiro honorário da Oficina, Segundo Vigilante o Secretário Estadual Adjunto de Relações Internas Poderoso Ir∴ Fernando Carlos Ribeiro, Mestre de Cerimônias o Secretário Estadual de Orientações Ritualísticas Poderoso Ir∴ Pedro Rodrigues Bueno Junior.

Abrilhantaram a Sessão Autoridades Maçônicas, Mestres Instalados, Mestres, Companheiros e Aprendizes visitantes de Lojas e Potências coirmãs.

DESCRITIVO DO ESTANDARTE

O nome Solar dos Andradas

Nos documentos históricos a primeira data em que se tem notícia da existência desse imóvel é 1734, ano da provável construção. Os jesuítas construíram a sede da Fazenda de Sant’ Ana, um a construção tipo solar com uma capela anexa, serviu de convento religioso até 1761, quando houve a expulsão dos missionários e educadores (jesuítas) e a transferência de seus bens para a Coroa. Após o episódio o edifício passou a ser provavelmente a residência de integrantes do Governo Provincial

Em 1821 residiram no solar os conselheiros José Bonifácio de Andrade e Silva e Martim Francisco Ribeiro de Andrada, nessa época o solar fez parte de um fato que se tornou decisivo para a História do Brasil. Pois nele foi redigido o manifesto paulista para que D. Pedro, então Príncipe Regente permanecesse na colônia. O Clube da Resistência, organizado no Rio de Janeiro, enviou Pedro Dias Pais Leme, portador de uma carta para Bonifácio. Após a chegada do mesmo na cidade dirigiu-se prontamente ao alto da colina de Santana, na ocasião José Bonifácio, vice-presidente da província encontrava-se doente, seu irmão Martim Francisco era o secretário. Para dificultar a situação, as condições do tempo não eram propícias para a chegada de outros membros da administração provincial. Então, de madrugada Martim, Pedro e Bonifácio escreveram tal documento.

Ao amanhecer do dia, os três saíram do Solar com destino ao centro da cidade, para providenciar a reunião dos membros do Governo, colher as assinaturas e mandar a delegação ao Rio de Janeiro. A Representação dos Paulistas foi fator preponderante para a decisão de D. Pedro de Trecho da carta:

“É impossível que os habitantes do Brasil que forem honrados e se prezarem de ser homens, e mormente os paulistas, possam jamais consentir em tais absurdos e despotismos. V. A. Real deve ficar no Brasil quaisquer que sejam os projetos das Cortes Constituintes não só para nosso bem geral mas até para a independência e prosperidade futura do mesmo Portugal.[1]permanecer no país e foi efetivada em 9 de janeiro de 1822 conhecida, a partir de então, como o Dia do Fico.

Em 1824 houve a desocupação da residência pela família Andrada, tempos depois tornou-se um educandário para órfãos de guerra, depois o solar passou a ser sede do Seminário dos Educandos de Santana, sendo o primeiro colégio técnico da cidade. Mais tarde, em 1875, o governo da província aproveitou para instalar ali um hospital para doentes de varíola. Com a mudança do hospital o local foi ocupado pela “Tramway da Cantareira”, onde instalou suas oficinas em 1892. O imóvel foi desocupado em 1894, sendo transformado em quartel das tropas federais de São Paulo.

Demolição

A deterioração do edifício se tornou cada vez mais acentuada e, em 1915, foi demolido. No mesmo ano iniciou-se a construção de um novo prédio, concluído em 1917, lugar que hoje abriga o Centro de Preparação de Oficiais da Reserva de São Paulo

Piso Mosaico

Ao entrarmos em qualquer templo maçônico ao redor do mundo, uma das primeiras coisas que notaremos será o piso de madeira. Nossos olhos, focarão imediatamente no detalhe distinto que ele carrega em seu centro: um mosaico, composto por quadrados pretos e brancos intercalados.

Este detalhe arquitetônico recebe diversas variações do mesmo nome, visto que, alguns o chamam de Piso de Mosaico, enquanto outros preferem usar a palavra Pavimento, e, devido ao seu layout que lembra o clássico jogo de tabuleiro, existem os Irmãos que o chamam simplesmente de Piso Xadrez.

Independentemente da denominação escolhida, todo maçom deve compreender a importância e o significado do piso. Portanto, neste artigo iremos analisar seu simbolismo na Ordem.

Em primeiro lugar, é preciso entender que, embora seja um piso, o mosaico não deve ser pisado. Seu propósito no templo é servir como um lembrete da diversidade humana, bem como o dualismo presente na essência da vida, onde habita as forças contrárias como, o bem e o mal, a verdade e a mentira, a luz e as trevas, o amor e o ódio, a sabedoria e a ignorância, e assim por diante.

Nele também encontramos o altar, com o Livro Sagrado da Lei, o esquadro e o compasso, aludindo às três luzes da Maçonaria.

Outro simbolismo atribuído a este ornamento, é a relação estabelecida entre os Irmãos, que, como sabemos, é alicerçada em fraternidade, igualdade, empatia e companheirismo acima de tudo.

O piso de mosaico une cores diferentes e opostas, representando a maneira como a Maçonaria reúne homens de diferentes culturas, religiões, classes, raças e origens gerais para compartilhar os mesmos valores filosóficos e propósitos; juntos eles traçam um caminho de vida, que apesar de distintos em suas execuções, são similares no que se refere aos ensinamentos e fundamentos utilizados como guias para levá-los ao Oriente, onde se encontra a tão almejada plenitude Maçônica.

Assim, podemos entendê-lo como uma forma discreta, mas emblemática, de celebrar e homenagear a diversidade presente em nossas Lojas ou Orientes, assim como o convívio harmônico entre os Irmãos, que se estende além das oficinas e continua no mundo profano, refletindo esses laços fraternais em nossos círculos familiares, amigos e na sociedade na qual estão inseridos.

Por fim, o piso mosaico é uma demonstração simbólica do paradoxo da vida, que nunca é apenas boa ou apenas má, nem mesmo apenas certa ou errada, mas sim um compilado de opostos que se repelem com a mesma intensidade que se atraem, e que no final se completam, contribuindo durante a jornada para a evolução de todos os seres humanos.

A Acácia

A Acácia é a árvore eleita pela Maçonaria Universal para designar o Mestre Maçom, a Iniciação Maçônica e a Imortalidade, conquistada por meio da pureza/imortalidade. Esta que os Dóricos e Jônicos primitivos chamavam Akákia.

A Acácia é um símbolo de vida eterna e seus espinhos representam as provas dolorosas que o iniciado enfrenta e deve vencer no seu caminho até alcançar o Grau de Mestre Perfeito.  

Folhas de Trigo

No Grau de Apr∴ éramos como o grão de trigo enterrado para germinar com nossos esforços num caminho de Luz.

A espiga de trigo, entre os antigos, sempre foi o símbolo de Fartura e Abundância, pois o trigo inteiro, quebrado ou moído era a principal fonte de alimento, nas regiões que o cultivavam bem como, utilizado em oferendas e pratos ritualísticos. Ceres, para os romanos ou Deméter, para os gregos era a deusa da Fartura, dos cereais e das colheitas.

Fazendo analogia com a astrologia, podemos observar que Ceres ou Deméter, corresponde ao signo de Virgem ‑ signo das colheitas , resultado dos esforços dos discípulos de Ceres ‑ portanto com a 6ª casa do Zodíaco; a qual tem o seguinte significado: Trabalho ao qual o homem está condenado para sobreviver. Interessante notar que Ceres, essa deusa que ensina a cultivar a terra, para assegurar o alimento, normalmente é representada junto a um cálato ‑ cesto sagrado cheio de frutas às quais se associa a serpente vital e que era usado durante a celebração dos Mistérios de Elêusis. O cesto contém o resultado do trabalho alimentício, que não beneficia apenas o corpo, pois ele aprimora também o espírito, tomando mais flexível a inteligência. Com efeito, a serpente faz alusão à sutileza divinatória que permite descobrir os segredos da iniciação.

A Espiga de Virgem, ou Alfa Virginia, ou Spica de Virgem, estrela representada no Plano do Teto do T.‑, é uma estrela brilhante que outrora os ceifeiros veneravam. Seu nome em hebraico Sch∴; que tem sua origem simbólica no episódio de Jefté, em Juizes, Cap. XII, vers. 5 e 6; a qual Salomão adotou como P∴ de P∴ dos CComp∴. Está ainda associada a Col∴ da Beleza e ao cargo de Secr∴.

Para nós MM∴, o significado da Espiga é o da Fartura. Acrescentando‑se, porém, o dinamismo de Germinação ou Geração. Lembremo‑nos que o Grão de Trigo lançado à Terra ou Mãe Natureza, transformar‑se‑á em espiga e a seguir, irá se decompor.

O germe destrói a substância para fazer brotar a nova planta, destruição para Renovar.

As Colunas Booz e Jackin

A Maçonaria especulativa, da mesma forma que a antiga Maçonaria operativa, inicia muitos obreiros. E assim como entre aqueles antigos mestres da Arte Real, também os modernos obreiros desta Augusta Arte não são todos eleitos, embora todos sejam iniciados. O obreiro da Arte Real hoje, inicia-se como aprendiz e continua a ser eternamente um aprendiz. É no decorrer do desenvolvimento da cadeia iniciática que o iniciado poderá obter ou não a sua iluminação. Esta iluminação pode ser definida como uma Gnose, ou uma sensibilidade da verdadeira razão de ser ele um Maçon. Então terá conquistado o status conferido aqueles que se abrigaram junto às duas colunas sagradas do Templo de Salomão, e se alimentaram na fonte dos conhecimentos que delas brotam e que se expressam nos nomes sagrados que Salomão deu àquelas colunas: Booz e Jackin. (Publicado em freemason.pt)

Booz e Jackin eram os nomes das duas colunas de bronze que Salomão mandou fundir para servir de pórtico para o templo. Booz deriva de Boaz, nome do patriarca hebreu que fundou a dinastia do rei Davi. Casado com a moabita Rute, Boaz foi pai de Obed, que por sua vez gerou Isaí, ou Jessé, que foi pai do rei Davi. Na tradição hebraica, portanto, Boaz foi aquele que fundou a família que iria, mais tarde, estabelecer o reino de Israel. Quanto a Jackin, trata-se, provavelmente de um nome derivado do antigo alfabeto semítico, significando cofre, esconderijo, receptáculo. Sabe-se que os antigos povos do vale do Jordão e do Eufrates costumavam construir nos seus templos e edifícios públicos certas colunas ocas para guardar documentos importantes. A estas colunas eles chamavam Jackin. Esta tradição está de acordo com as informações encontradas nas crónicas do profeta Jeremias, que dizem que as colunas do templo de Jerusalém eram ocas. Com base nesta tradição, certos autores maçónicos inventaram a lenda de que Salomão teria construído colunas ocas para servir de arquivos para guardar documentos maçónicos.

O certo, entretanto, é que estas duas palavras, constantemente invocadas nos trabalhos das lojas simbólicas, significam “Estabilidade com Força”. As colunas Jackin e Booz tinham dezoito côvados de altura (cerca de 9 metros), e eram encimadas por capitéis de cinco côvados cada (2,5 metros), com romãs e medalhas por ornamento. A romã, como se sabe, entre os povos orientais era uma fruta que tinha um alto valor simbólico. Representava o amor, a fertilidade, o sexo. Os poemas do Cântico dos Cânticos, atribuídos a Salomão, muito se valem do simbolismo da romã para representar a sensualidade da união entre os sexos [1].

O templo maçónico procura reproduzir, no que é possível, o Templo de Salomão. O costume de se colocar os Aprendizes do lado da coluna B e os Companheiros na coluna J consta de uma tradição que diz que Adonhiram, para pagar os trabalhadores do canteiro de obras, que eram milhares, costumava separá-los por colunas. Os mestres (pedreiros, talhadores, escultores, carpinteiros) eram pagos dentro do templo, daí o termo “coluna do centro”, onde os mestres maçons se colocam para assistir aos trabalhos em Loja. Os demais trabalhadores, por serem muitos, tinham que ficar do lado de fora. Para facilitar o pagamento, que consistia na distribuição de alimentos, roupas, utensílios de trabalho (luvas, aventais, ferramentas etc.), eles eram separados em grupos. Conforme os graus de profissionalização eram perfilados do lado direito ou esquerdo do templo, o que correspondia às colunas Jackin ou Booz, conforme o caso. (Publicado em freemason.pt)

Daí o porquê dos aprendizes, que no caso do canteiro de obras do rei Salomão eram os cabouqueiros, os carregadores, os serventes de pedreiro, ficarem no lado correspondente à coluna B (Booz) e os companheiros (ajudantes, talhadores, assentadores de pedras etc.), se sentarem no lado da coluna J ( Jackin).

Flávio Josefo, nas suas crónicas sobre as Antiguidades dos Judeus, capitulo III, item 6, também se refere a estas duas colunas e o seu significado. Diz aquele historiador que Deus estabelecera o reino de Israel com estabilidade e força, e que tal composição duraria enquanto os israelitas mantivessem o Pacto da Aliança com Ele. A força provinha do seu fundador Davi, que estabelecera com a sua competência militar o reino hebreu, e a estabilidade tinha-lhe sido dada por Salomão. Desta forma, as colunas Booz e Jackin não tinham apenas um significado religioso, mas também celebrava motivos políticos e heroicos, homenageando, de um lado Davi, a força, de outro lado Salomão, a estabilidade, a sabedoria.

Muita tinta já rolou acerca das colunas Booz e Jackin. Alguns autores desenvolveram inclusive a tese de que as colunas ocas do templo de Salomão representavam símbolos fálicos, tradição essa muito em voga entre as civilizações antigas. Elas seriam, segundo Curtis e Madsem, uma projeção da Mazeboth, monumentos de pedra, que entre os fenícios simbolizavam o órgão viril, pelo qual a fertilização da terra se processava. Com base nesta interpretação “histórica”, esses autores concluem que as “duas colunas ocas, com os seus globos em cima, e os capitéis enfeitados com romãs, (fruta que simbolizava a fertilidade), nada mais eram que símbolos fálicos disfarçados. Daí a razão de serem ocas, pois representavam o órgão sexual masculino, também oco e encimado por globos” [2].

Mais que os significados simbólicos que estas colunas possam ter, entretanto, talvez uma interpretação pragmática possa dar-nos uma explicação melhor. Booz, no alfabeto hebraico significa firmeza e Jackin força. Talvez, com estes nomes, Salomão quisesse, na verdade, indicar apenas disposições arquitetônicas. Significava que a estrutura do templo estava apoiada sobre essas duas colunas com solidez e resistência. A conexão com os significados dos símbolos fez o resto. Salomão, como todos os israelitas, acreditava nas promessas que Deus teria feito ao seu povo através dos profetas. Deus dissera que “habitaria” no meio daquele povo. Construindo um templo para Ele, estava, na verdade, selando essa promessa. Com isto Israel teria estabilidade como reino porque a força do Senhor estaria com eles. As duas colunas celebravam, desta forma, uma crença firmemente estabelecida.

A tradição maçónica associou as duas colunas à sua própria liturgia ritual. Jackin e Booz (ou Boaz) passaram a ser dois Mestres (Vigilantes), que imediatamente abaixo do Mestre Arquiteto Hiram (Venerável), administravam os dois substratos de trabalhadores que serviam no canteiro de obras do templo. Boaz tornou-se o Primeiro Vigilante e Jackin o Segundo. Daí a ritualística segundo a qual o que o Venerável decide, o Primeiro Vigilante estabelece e o Segundo confirma [3].

Uma outra interpretação das duas colunas gémeas é a de que elas simbolizam as duas colunas de fogo e água que Jeová ergueu em frente das tropas do faraó, quando ele encurralou os hebreus junto ao Mar Vermelho. Diz a Bíblia que o Senhor ergueu colunas de fogo que impediam que os egípcios atacassem os hebreus enquanto eles cruzavam o mar. Depois, quando eles já tinham saído do outro lado em segurança, o Senhor afogou as tropas do faraó lançando sobre eles colunas de água. Salomão teria celebrado essa intervenção divina pela edificação das duas colunas. Por isto, inclusive, é que nos antigos rituais de iniciação, as cerimónias de purificação pelo fogo e pela água eram realizadas em frente aos respectivos altares onde se colocam os dois Vigilantes, símbolos das respectivas colunas. Este simbolismo é ainda hoje repetido, embora de forma sensivelmente modificada. Esta interpretação é a que consta dos Primeiros Catecismos Maçónicos de 1725 [4].

  • São Paulo, 28 de setembro de 2022
Publicação: Secretaria de Comunicação e Informática do Grande Oriente do Brasil de São Paulo

 

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